quinta-feira, 13 de maio de 2010

AO LUAR

Numa noite clara de Abril que nascia ainda,
Vi o teu rosto esculpido na branca face nua
Lá estavam os teus belos olhos brilhantes
Nos lampejos etéreos e pujantes da lua

Refletida por todo o "Mar da Tranqüilidade"
À noite que se abria ao cantar dos mornos ventos,
Retirando-me do coração tristezas e tormentos,
Me vinha a tua presença em alento e verdade

Enquanto eu caminhava pelos ermos da noite
Via o teu olhar por cada canto da solitária rua
Em todo o luar a tua presença era um açoite
A lanhar-me o dorso com o brilho morno da lua

Os meus passos ecoam distante o teu nome
Enquanto fito os teus olhos brilhantes e belos
Olho-te nos frêmitos da lua, em ternos anelos,
Para matar a saudade que impiedosa me consome

Sob o brilho límpido e sobranceiro da deusa,
As flores notívagas exalaram o teu cheiro
No instante claro em que a tua face era tudo,
Teu nome parecia ecoar pelo mundo inteiro

Vejo-te na lua que resplandece sem pejo
Ora tímida, ora fogo, em labareda transluzida
Na sinuosa noite vêm-me intenso o desejo
Enquanto vou pelas ruas da noite perdida

Ainda que me faltem as noites de luar
Ainda que me falte na vida passante
Espero, mesmo assim, para sempre te amar
E tocar tua mão e beijar-te o semblante,
Mesmo que estejas, num mágico instante,
Refletida num astro ermo e errante


Daniel Amaral
24/02/200
 
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